8/30/2006

Hipólita (1)

Certo dia Hipólita leu o jornal, ela não faz disso um hábito mas volta e meia dá-lhe o bicho da leitura. Hipólita é um pouco solitária, podia não o ser, mas preferiu assim. Gosta muito do seu quarto sem luz natural, e é lá que desfruta dos seus grandes prazeres, beber cafés, ler e fumar. Mas voltando ao assunto, Hipólita nesse certo dia ouve as sua vizinhas desocupadas a comentar um caso estúpido qualquer na mongólia, algo como "Cão ao volante, perigo constante". A curiosidade levou-a a ler tal artigo. "Mulher bateu com carro enquanto ensinava o cão a conduzir. O cão estava farto de observar a dona a guiar e ela pensou que era chegada a hora de dar uma oportunidade ao animal. Durante a aula de condução, Li assegurava o controlo do travão e do acelerador; o cão encarregava-se do volante" (trabalho de equipa). "Chocaram com um automóvel pouco depois de terem arrancado. Ninguém ficou ferido." Assim Hipólita saiu do seu quarto sem luz natural, pegou no seu sucatas e foi ao canil. Comprou um canito e ensinou-o a conduzir, ela ficou com o volante e o cão encarregue do acelerador. Hipólita e o cão continuam felizes no seu quarto, mas desistiram das maluqueiras da condução, agora só bicicleta e com cestinho.