8/28/2006

Os Bancos Verdes

Já reservei o meu lugar naquele banco, exactamente para as 9.00 da manhã. Todos os dias acordo ás 8.30. Levanto-me, tomo banho, aperalto-me toda e lá vou eu. 8.50 saio de casa, bato a porta e subo aquela rua onde o sol bate forte logo pela manhã. Nunca me esqueço dos óculos de sol (objecto essencial para aguentar a vida), entro no "Frescos" para comprar o meu café duplo e o jornal.
E chegando ao fim da rua, vejo o jardim, e lá está... lá está o meu lugar cativo, aquele banco verde ferrugento. E com isto 9.00, e eu sentada esperando por ele. E lá vem... barba por fazer, cara por lavar, dedos cheios de tinta, umas olheiras gigantes, casaco a tresandar a mofo e jornaleco a roçar o sovaco.
Um... dois...três... quatro...cinco...estes são os segundos que o desconheçido demora a passar por mim. Já tentei imaginar como seria se eventualmente lhe falasse... mas nada me pareçe melhor, que me sentar naquele banco ás 9.00 da manhã...sozinha.